Após rebaixamento e lesão, Gabriel sonha com foto do título brasileiro.


As duas últimas edições do Campeonato Brasileiro não terminaram bem para o volante Gabriel. Rebaixado com o Botafogo em 2014 e vítima de grave lesão pelo Palmeiras em 2015, o jovem meio-campista espera finalmente ter motivos para comemorar ao fim do torneio nacional.

Uma ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, sofrida em agosto de 2015, também impediu a participação de Gabriel nos últimos jogos rumo ao título da Copa do Brasil. No Brasileiro, ele planeja tirar o atraso. “Se a conquista vier, com certeza vou estar na foto”, disse o volante de 23 anos à Gazeta Esportiva.

Uma das primeiras providências de Cuca ao assumir o comando do Palmeiras foi promover o retorno de Gabriel, escalado como titular na derrota por 1 a 0 contra o Nacional, em Montevidéu, pela Copa Libertadores. O técnico usou o volante em oito de seus 11 jogos no comando da equipe alviverde, sete como titular.

Na luta para conquistar o título brasileiro, Gabriel terá a companhia do meia Fabrício, do lateral direito Fabiano, do volante Tchê Tchê e do zagueiro colombiano Yerry Mina. O Palmeiras estreia no torneio nacional às 16 horas (de Brasília) deste sábado, no Estádio Palestra Itália, contra o Atlético-PR.

Gazeta Esportiva – Após as eliminações na Copa Libertadores e no Campeonato Paulista, o Cuca disse que o Palmeiras será campeão brasileiro. Como os jogadores receberam essa aposta do treinador? 
Gabriel –
 Estamos na mesma linha. Compramos esse barulho do Cuca e o grupo assumiu junto. Somos jogadores e todos queremos ser campeões. Com certeza, vamos entrar forte. E isso não é só da boca para fora. Confiamos no elenco e temos certeza que somos capazes de fazer um grande Brasileiro para, passo a passo, chegar no final em condições de ganhar o título.

Gazeta Esportiva – Na última vez que o Palmeiras ganhou o Campeonato Brasileiro (1994), você tinha só dois anos. Com o grande jejum e a aposta do Cuca, a pressão sobre o elenco vai aumentar… 
Gabriel –
 A pressão vai aumentar, mas isso é normal. Quem joga em time grande precisa estar preparado para esse tipo de cobrança, e nós estamos prontos para encará-la de frente. O Palmeiras vem há um tempo sem conquistar o Brasileiro. Por sua própria história, o clube precisa ganhar, precisa sempre brigar pelo título. Pode ter certeza que o grupo está bem concentrado nesse objetivo.

Gazeta Esportiva – Em 2014, você fez um bom Campeonato Brasileiro individualmente, mas o Botafogo acabou rebaixado. Na edição de 2015, você também estava bem e acabou lesionado na 16ª rodada. Chegou a hora de fazer um torneio mais tranquilo? 
Gabriel – 
Em 2014, fui o maior ladrão de bolas do Campeonato Brasileiro e fiz um bom torneio individualmente. Coletivamente, não foi legal, já que o Botafogo caiu. No ano passado, eu vinha muito bem e o Palmeiras estava em terceiro lugar, bem perto da liderança, mas acabei encontrando uma barreira no meio do caminho. Espero que agora possa jogar bem, com regularidade e que não aconteçam imprevistos.

Gazeta Esportiva – Mesmo lesionado, você procurou continuar perto do time durante o segundo semestre do ano passado e viu alguns jogos no estádio. Seguir próximo do elenco serviu para amenizar a dor de não poder jogar naquele período? 
Gabriel –
 Pô, isso é a coisa mais chata que tem, a coisa mais difícil para o jogador: querer ajudar os companheiros em campo e não poder. Foi uma fase muito difícil. Procurei continuar sempre junto com o grupo para diminuir um pouco a ansiedade, mas quanto mais perto eu ficava, mais ansioso, porque sentia aquela vontade de jogar e não podia. Já passou e foi um aprendizado para mim. Agora, estou focado para fazer um grande Campeonato Brasileiro, o melhor da minha vida.

Gabriel sofreu grave lesão no joelho esquerdo em agosto de 2015 (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)

Gazeta Esportiva – Você participou de quatro dos 13 jogos da campanha do Palmeiras no título da Copa do Brasil e entrou no gramado para festejar após a vitória sobre o Santos. Acabou frustrado por ficar fora da foto histórica do time posado antes da final ou se sente campeão do mesmo jeito?
Gabriel – 
Você fica um pouco triste por não aparecer ali no meio da foto de campeão. É claro que todo o mundo quer estar presente, mas aconteceu um imprevisto. Tinha que acontecer. Acabei me machucando e era impossível estar em campo. Procurei reconhecer isso e apoiar meus companheiros da maneira que podia.

Gazeta Esportiva – No Campeonato Brasileiro, se a previsão do Cuca se concretizar e o Palmeiras ganhar o título, dessa vez você vai estar na foto… 
Gabriel – 
Eu vou estar na foto, se Deus quiser (risos). Preciso da ajuda Dele para evitar imprevistos no meio do caminho, para que eu esteja sempre bem, concentrado e com alegria de trabalhar. Temos a confiança da comissão técnica, da torcida e já começamos a plantar o título brasileiro desde agora para colher no final. Se a conquista vier, com certeza vou estar na foto, muito feliz e realizado.

Gazeta Esportiva – Depois de sete meses afastado por lesão, você participou de oito jogos. Do ponto de vista individual, considera que essa primeira parte da temporada foi boa?
Gabriel –
 Depois de passar tanto tempo fora dos campos, fiquei bem feliz por ter retornado. Ainda estou me cobrando bastante, porque sei que preciso melhorar muito. Voltei a jogar, mas ainda não retomei o nível em que estava antes da lesão. Apesar das desclassificações que sofremos na Libertadores e no Paulista, estou feliz por ter retornado. Acredito que esse tempo de trabalho antes do Brasileiro vai dar ainda mais confiança para evoluir.

Gazeta Esportiva – Você não jogava desde agosto do ano passado. Fisicamente, já está no estágio ideal ou sente que ainda falta um pouco? 
Gabriel –
 Acredito que já estou 100% fisicamente. É claro que, depois de sete meses e meio sem atuar, você sente bastante nos primeiros jogos. Mas depois, com o decorrer das partidas, já vai entrando no ritmo e melhorando. Na parte técnica, preciso melhorar bastante. Isso acontece só com os treinos e jogos, então requer um pouco de tempo e paciência da minha parte para voltar ao nível que posso alcançar.

Cuca usou Gabriel em oito de seus 11 jogos no comando do Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Divulgação)

Gazeta Esportiva – Depois de uma lesão grave como a sua, é normal o atleta voltar com receio de fazer alguns movimentos. Já superou essa limitação? 
Gabriel –
 No começo, surge mesmo aquele receio, mas agora já acabou. Estou curado mentalmente também, não tem qualquer movimento que faça com receio. Na verdade, eu nem lembro mais da lesão.

Gazeta Esportiva – Você voltou na derrota por 1 a 0 contra o Nacional, em Montevidéu, na partida que marcou a estreia do Cuca, pela Libertadores. Como reagiu quando soube que seria titular?
Gabriel –
 É claro que gera um monte de dúvidas na sua cabeça, de saber como está física e tecnicamente depois da lesão. Fiquei muito contente pela confiança que o Cuca demonstrou em mim naquele momento e consegui quebrar essa barreira. Foi gratificante ser lembrado nesse jogo e também nos posteriores.

Gazeta Esportiva – Você participou de oito dos 11 jogos feitos pelo Cuca como técnico do Palmeiras, sete como titular. Vê isso como um sinal de confiança?
Gabriel –
 Sim, mas nosso grupo é muito qualificado, então a concorrência sempre vai ser grande. O Cuca já demonstrou confiança no elenco em geral e a gente também confia nele. Estamos bem focados no Campeonato Brasileiro e tenho certeza que vai ser muito bom. O elenco manteve a base do ano passado, mas chegaram jogadores novos. Esse tempinho de treino vai ser ideal para entrar bem no torneio.

Gazeta Esportiva – A posição de volante já é uma das mais concorridas do Palmeiras e o Cuca pretende usar o Jean em sua função de origem. Ou seja, a disputa para jogar como titular vai ser intensa desde a estreia no Brasileiro. Acha isso positivo? 
Gabriel – 
É positivo, um puxa o outro e isso é bom. Você precisa estar sempre bem e confiante para jogar em alto nível quando o Cuca solicitar. Com certeza, cada um vai ter que estar em sua melhor forma para atuar. Todo o mundo vai receber uma oportunidade e deve saber como aproveitá-la.

O volante de 23 anos está emprestado ao Palmeiras até o final de 2016 (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Gazeta Esportiva – Recentemente, o Palmeiras trocou o Lucas e o Robinho com o Cruzeiro. Eles chegaram a se despedir do elenco na Academia de Futebol? 
Gabriel – 
Sim, o Lucas e o Robinho vieram buscar as coisas e se despediram da gente. São dois grandes jogadores e dois grandes amigos. Nosso grupo é muito bom, bem unido. Desejamos boa sorte e torcemos para que consigam sucesso. Mas defendemos a camisa do Palmeiras e temos que lutar até o fim para levar nosso time ao título.

Gazeta Esportiva – Não ter o Lucas como companheiro vai ser uma novidade para você… 
Gabriel –
 Jogamos juntos desde 2012, pelo Botafogo, então éramos próximos. Foram praticamente quatro anos e meio de convivência. Nos dias de hoje, isso é difícil de acontecer, porque a formação das equipes muda bastante. O Lucas, além de grande jogador, é um amigo que fiz desde a época do Rio de Janeiro. Torço para que ele tenha sucesso, mas aqui é Palmeiras.
Fonte: Gazeta Esportiva

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