Fim da obsessão: entenda por que o Palmeiras já não sonha com camisa 10.


Cuca não precisou da contratação de um camisa 10 para colocar fim à obsessão do torcedor pela chegada de um armador clássico. Cleiton Xavier é o único do elenco a exercer a função tão desejada, mas o técnico encontrou outras maneiras para diminuir a cobrança: com diferentes variações ao longo dos jogos, mostrou que o Palmeiras consegue criar e fazer gols com organização coletiva.

Formação do Palmeiras no primeiro tempo da partida contra o Fluminense (Foto: GloboEsporte.com)


Formação do Palmeiras no segundo tempo da partida contra o Fluminense (Foto: GloboEsporte.com)

O leque de opções ficou evidente na vitória sobre o Fluminense, por 2 a 0, na última quarta-feira. O Verdão começou o jogo com Cleiton Xavier, mas o meia responsável pela criatividade não rendeu o que era esperado nos primeiros 45 minutos. No ataque, o trio formado pelos velozes Róger Guedes, Dudu e Gabriel Jesus não causou o efeito esperado. No intervalo, duas peças novas e mudança em todos os setores.

Cleiton foi substituído por Moisés, meio-campista que atua como volante e armador. Egídio também saiu de campo, deixando a esquerda com o polivalente Tchê Tchê. Alecsandro substituiu Egídio e o time ganhou a referência no ataque que fez falta no primeiro tempo.

O novo desenho tático exigiu esforço coletivo. Dudu foi recuado para o meio e contou com a ajuda de Gabriel Jesus e Róger Guedes, abertos pelas pontas. Jean, volante escalado na direita, e Tchê Tchê também deram apoio pelos lados. Moisés, sempre elogiado por Cuca por causa da força física, se aproximou do setor de criação para dar mais opções.

– Tem muitos jogadores aqui que podem fazer essa função. Quando perde, às vezes o torcedor fala que falta um camisa 10, mas isso é para eles. Aqui dentro temos um grupo que muitos podem fazer. Se tiver de vir outro 10, outro 9, outro 7... Que seja bom para o Palmeiras, para nos ajudar na campanha em busca do título – avaliou Dudu. 

Auxiliar técnico que comandou o Verdão na quarta, pois seu irmão estava suspenso, Cuquinha exaltou os "20 jogadores de alto nível" do elenco ao comentar sobre as substituições. Hoje, o Palmeiras realmente pode variar e mudar a cara do jogo - mesmo sem a chegada daquele camisa 10 que antes era pedido.

A polêmica troca de jogadores com o Cruzeiro – foram Lucas e Robinho; vieram Fabrício e Fabiano – faz mais sentido a cada jogo do Palmeiras. Os dois reforços são versáteis. O primeiro joga como lateral esquerdo e também ajuda na armação daquele lado. O segundo pode atuar na direita ou como zagueiro. Seguem a ideia de Cuca, que quer um time de "curingas". 

O Palmeiras de Cuca já foi dos três zagueiros aos quatro atacantes em campo. A formação inicial geralmente adotada é o 4-2-3-1, mas longe de ser estática como a utilizada anteriormente por Marcelo Oliveira e Oswaldo de Oliveira. Se antes era evidente que o Verdão precisava de um camisa 10, o atual comandante mostrou que o esforço coletivo pode fazer a diferença.
Fonte: Globo Esporte

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