Defesa que é uma ameaça.


A exemplo de 2015, o Palmeiras foi o time que mais contratou para 2016 entre as grandes camisas do futebol brasileiro, embora em escala bem menor que no ano passado, obviamente. Até agora foram sete reforços; a diretoria já anunciou que o ciclo de contratações está fechado.

Diante das informações disponíveis, o elenco parece estar sensivelmente mais forte que no ano passado, com algumas reposições pontuais e reforços importantes na armação e no ataque. Mas um setor inteiro segue preocupando: a defesa. Mesmo com uma linha titular bem acima da média, tanto o miolo de zaga quanto as laterais ainda deixam a desejar no longo prazo, sobretudo para uma temporada que tende a chegar a 80 jogos, contando a disputa da Libertadores.

A lateral direita segue com as mesmas peças de 2015, e isso não é bom. Lucas já provou ser um dos melhores do país na posição e é um dos capitães do time. Mas em caso de lesão ou suspensão, as opções seguem sendo João Pedro e Taylor, que jogaram a partida final da Copa do Brasil contra o Santos. Que se acuse quem não teve um mini-AVC quando Lucas levou o terceiro amarelo na Vila Belmiro.

Taylor, que até um ano atrás era atacante, ainda tem muito a se desenvolver; os bons minutos que jogou diante do Santos não podem servir de parâmetro. E João Pedro segue em seu aprendizado, ainda longe de inspirar confiança, sobretudo na marcação. Jean, do Fluminense, chegou a fazer exames médicos na Academia de Futebol, mas infelizmente a negociação emperrou. Seria a solução perfeita para uma eventualidade, além de servir em sua posição principal, volante.

O lado esquerdo fez uma troca: saiu João Paulo e Victor Luís deve ter seu retorno confirmado, depois de uma temporada “ok” no Ceará. O ex-flamenguista foi uma decepção e a tendência é que nosso prata-da-casa tenha um desempenho, no mínimo, superior – mas segue sendo a terceira opção. Zé Roberto e Egídio, com suas grandes reputações, dominam o setor. Ocorre que nenhum é 100% confiável.

O veterano está no final da carreira e já mencionou ter dúvidas sobre até quando jogaria – tudo indica que planeja jogar até dezembro caso vençamos a Libertadores; caso contrário, deve até pendurar as chuteiras antes. Egídio teve grandes momentos no Cruzeiro e mesmo no Palmeiras, mas é instável demais. Há quem diga que, com a volta de Gabriel, bem protegido, o setor deixará de ser um problema. Gostaria de ter essa fé; Gabriel é excelente, mas não vai fazer Egídio acertar passes. Temos três laterais esquerdos, mas nenhum dá segurança para a temporada inteira.

A expectativa torna-se dramática quando olhamos para o miolo de zaga. Saíram Jackson e Victor Ramos, chegaram Edu Dracena e Roger Carvalho. O veterano de 33 anos ainda pode dar um bom caldo; chega mordido, com vontade de provar a todos que pode ser titular de um time grande. Há uma boa chance de dar um bom encaixe com Vitor Hugo, titular indiscutível, mas só o tempo dirá.

E se não temos plena confiança ainda na suposta dupla titular, as opções de banco são mais duvidosas ainda: Roger Carvalho não agradou nem à torcida do Botafogo e sua contratação é difícil de entender; Nathan falhou bastante nas chances que teve; e Leandro Almeida dispensa comentários. O time ainda pode contar com a reintegração de Thiago Martins, que fez uma temporada positiva no Paysandu, mas que segue sendo uma incógnita.

O elenco do Palmeiras é um dos mais fortes do país e tem a vantagem de ter mantido a base e o comando técnico; coisa que os rivais mais importantes não conseguiram fazer. Para ficarmos realmente satisfeitos, no entanto, precisamos de reservas que passem confiança em todos os setores e a defesa parece estar bem longe disso, se tornando uma ameaça aos planos para a temporada. O que ainda nos dá certa esperança foi o adendo que Alexandre Mattos fez ao anunciar o fim do ciclo de contratações: “a não ser que apareça uma boa oportunidade de mercado”. Ou seja: não baixamos a porta ainda, estamos no jogo. Não podemos parar por aqui.

Fonte: ESPN FC

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