Vitor Hugo deixa barba para intimidar e quer "machadadas" pelo Palmeiras.


Pré-temporada do Palmeiras em um hotel na cidade de Itu, janeiro de 2015. Com a chegada de mais de 20 reforços, o então técnico da equipe, Oswaldo de Oliveira, se atrapalha para decorar os nomes de todos os jogadores. Ao fazer uma espécie de chamada, em reunião com o elenco, pergunta se havia esquecido de alguém. Tímido, um sorridente zagueiro alerta.
– Eu, professor! Sou o Vitor Hugo. Do América-MG.
Um ano depois, no mesmo local, a história é outra. Campeão da Copa do Brasil, titular absoluto do Palmeiras e com contrato até 2020, o "esquecido" se firmou no clube. Superou a desconfiança, uma falha que resultou em derrota para o rival Corinthians na casa alviverde e hoje ri dos problemas superados.
Vitor Hugo teve medo. E até hoje acha que a bola mal recuada para Fernando Prass naquele clássico poderia ter acabado com suas chances no Palmeiras. O zagueiro recebeu apoio até mesmo do ex-goleiro Marcos, um dos maiores ídolos da história do clube, e ganhou respaldo de Oswaldo, que o manteve na equipe àquela altura.
Diziam que tinha cara de moleque, agora tenho cara de homem
Vitor Hugo, zagueiro do Palmeiras
– Um jogo daquela importância, um erro daquele... Eu contei muito com a ajuda do pessoal que estava no elenco. Até o São Marcos falou comigo. O professor poderia ter me tirado e colocado outro, ia acabar com a minha carreira. Nunca mais eu ia jogar. Mas ele (Oswaldo) confiou no meu trabalho, e consegui dar a volta por cima. Fiquei com bastante medo – admitiu, em entrevista ao GloboEsporte.com.
– Esses dias, eu estava vendo um VT de um jogo nosso do Paulista... Tem coisa que eu fazia que hoje não faço mais. Estou muito mais experiente. O ano passado me fez amadurecer muito. Voltei para este ano mais responsável.
Até mesmo a fisionomia mudou. Aos 24 anos, Vitor Hugo também quer impor respeito pela aparência. Afinal, zagueiro, para ele, tem de intimidar.
– Ano passado eu estava carequinha, de rosto liso. Agora estou cabeludo, barbudo. Meu empresário, os familiares e amigos diziam que eu tinha cara de moleque, agora tenho cara de homem – disse, exibindo a barba.
Mantido entre os titulares do Palmeiras nos primeiros ensaios promovidos por Marcelo Oliveira, Vitor Hugo se sente evoluído, mas uma palavra o faz esfregar as mãos, tamanha a ansiedade: Libertadores. O zagueiro, contratado do América-MG, jogará pela primeira vez a competição continental, conhecida por jogos mais ríspidos. A solução? Segundo o próprio, "machadadas".
– Eu nunca joguei, vai ser a minha primeira Libertadores, mas pelo que dizem, é só machadada o tempo todo, e o juiz manda seguir. É a minha cara, né? Eu adoro essas (partidas). Vamos ver como vai ser. Dar pelo menos umas chegadinhas em alguém – imaginou, entre risos.
Defensor tem conversado com seu novo parceiro de zaga, o recém-contratado Edu Dracena, campeão da Libertadores pelo Santos
– (A ansiedade) Está demais, cara. Temos várias chances de título, mas nenhum é igual ao da Libertadores. É nosso principal objetivo.
O principal torneio da América do Sul domina também os papos com seu novo companheiro de concentração e de zaga titular: Edu Dracena, contratado do Corinthians e campeão da Libertadores de 2011, pelo Santos.
Vitor Hugo tem pedido dicas do jogador, nove anos mais velho que ele, para controlar a ansiedade. A vontade de entrar em campo pela competição chamada de "obsessão" pela torcida alviverde é notória.
O Palmeiras terá um aperitivo na próxima semana, quando viajará ao Uruguai para um quadrangular contra Libertad, Peñarol e Nacional – este último, adversário alviverde na primeira fase do torneio continental. A estreia na Libertadores será contra o vencedor do duelo de Universidad de Chile e River Plate (do Uruguai), dia 16 de fevereiro, fora de casa.
Fonte: GE

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