Campeão desde o berço, Egídio quer Libertadores para manter rotina.



Copa do Brasil em 2006 e 2015. Campeonato Carioca em 2008, 2009 e 2011. Baiano em 2010. Goiano e Brasileiro da Série B em 2012. Brasileiro em 2013 e 2014. Mineiro em 2014. Todos os 11 títulos anteriormente listados estão no currículo de um jogador do Palmeiras – que não é o mais experiente, mas está entre os mais vitoriosos. O lateral-esquerdo Egídio tem mais taças do que anos de carreira. Mas ainda sente falta de uma: a Libertadores da América.
Meu pai sempre me chamava: 'Vem cá, meu campeão!'. Isso ficou como uma marca para mim
Egídio, lateral do Palmeiras
Criado em Inhaúma, bairro na zona norte do Rio de Janeiro, o garoto bagunceiro, como ele se define, se acostumou a vencer desde os seis anos, quando começou a jogar futebol de salão. Passou para o campo e foi criado na base do Flamengo, graças aos esforços de dona Ana Maria, que se desdobrava vendendo marmitas e gelinhos (sorvete feito com suco de fruta e vendido e um saquinho) para permitir que Egídio continuasse treinando.
– Minha mãe se sacrificou ao máximo para arrumar dinheiro para eu treinar. Hoje, completando 10 anos de uma carreira vitoriosa, só tenho a agradecer a Deus e a ela, que está descansando, mas está muito feliz lá de cima – contou, em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com.
–  Meu pai sempre me chamava: "Vem cá, meu campeão!". Isso ficou como uma marca para mim. Por onde eu passo, Deus me abençoa com título. Espero que agora venha a Libertadores.
Neste ano, Egídio disputará a quarta Libertadores da carreira. A primeira experiência foi pelo Paraná, em 2007, quando caiu nas oitavas de final para o Libertad, do Paraguai. No ano seguinte, nova frustração, na mesma fase, dessa vez pelo Flamengo – eliminado pelo América do México, no Maracanã. O mais longe que o lateral chegou foi às quartas, com o Cruzeiro, em 2014: queda para o San Lorenzo, que ficaria com o título posteriormente.
– Libertadores é mais difícil, é pegada todo o tempo. Mas estamos confiantes. O que nós mostramos em 2015 foi raça, que teve quando precisou, e também qualidade. O time do Palmeiras hoje é assim – disse.
Contratado do Dnipro, da Ucrânia, após cinco meses frustrantes no futebol europeu, Egídio chegou ao Palmeiras sem um trabalho de pré-temporada. Sofreu com a pressão de parte da torcida em determinados momentos, mas não se abalou. Acredita que 2016, com a devida preparação, será diferente.
– Eu cheguei aqui como o melhor lateral-esquerdo do Brasileiro de 2013 e 2014, com uma responsabilidade muito grande. Em alguns jogos, mostrei a que vim, disseram que o Egídio tinha voltado a atuar como era. Aí o time inteiro oscilou, mas a pressão caiu sobre mim. Eu não levei adiante, de ficar chateado, cair em pressão de torcida. Não sou nenhum menino. Isso é normal do jogador. Vai ser um ano diferente para mim.
A concorrência com Zé Roberto, que foi titular nos primeiros treinos da pré-temporada, é encarada com naturalidade. Egídio vê o veterano de 41 anos como exemplo para ele e todo o elenco do Palmeiras. E sabe que o desgaste e o grande número de jogos farão com que ambos tenham chance na equipe ao longo do ano. 
– O Zé é uma grande pessoa e um grande atleta. Todos aqui têm admiração por ele. É uma disputa de vaga muito sadia. Nós conversamos muito. No grupo não existe rivalidade. É tudo em prol do time. Não tem cara feia. Quando ficamos fora, mantemos a postura. É isso que faz uma grande equipe – afirmou.
Além de Egídio e Zé Roberto, o Palmeiras ainda conta com Victor Luís, que estava emprestado ao Ceará e foi reintegrado ao grupo, para a lateral esquerda em 2016.
Fonte: GE

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